terça-feira, 31 de agosto de 2010

PINDORAMA CINE-EDUCAÇÃO
SESSÃO DO DIA 27 DE AGOSTO
CINEMA NOVO
VIDAS SECAS - FILME DE NELSON PEREIRA DOS SANTOS
SANTA DE CASA FAZENDO MILAGRE 
PROFª. FERNANDA TAVARES - PROFESSORA DE LINGUA PORTUGUESA E LITERATURA DO IFPA - CONVIDADA PARA O DIÁLOGO
PARTICIPAÇÃO DO PROF. MÁRCIO ARAUJO - PROFESSOR DE HISTÓRIA E SOCIOLOGIA DA REDE PARTICULAR DE ENSINO DE ICOARACI

FOTORAMA 


PINDORAMA CINE-EDUCAÇÃO
CINEMA NOVO
SESSÃO DO DIA 20 DE AGOSTO
PINDORMA - FILME DE ARNALDO JABOR

FOTORAMA

segunda-feira, 30 de agosto de 2010

A adaptação fragmentada



Fernando Campos

O escritor Rubem Braga classificou Vidas Secas, como um “romance desmontável”, uma definição acertada, que deve ter sido elaborada após seguidas leituras do texto.Essa idéia de que o texto de Graciliano Ramos foi “montado é pertinente, e se deve ao fato de como os textos foram publicados. Como contos independentes separados. Porém, interligados, possibilitando duas formas de leitura: A perspectiva do conto isolado e como um capitulo, a parte de um todo.

É preciso lembrar para registro que quando Graciliano Ramos deu início a publicação dos primeiros capítulos, eram apenas contos, e o primeiro foi: ”Baleia”,que sempre foi o núcleo gerador da obra.

Essa experiência de composição e publicação literária fragmentada pode ter contribuído para que a adaptação para o cinema fosse bem sucedida. A roteirizarão de grandes romances para o cinema é bem comum.Mas roteirizar-adaptar implica num processo de síntese-fragmento.Isolar partes da composição narrativa literária e converter isso para uma narrativa cinematográfica,numa transfiguração de linguagens diferentes,porém,equivalentes em objetivo em se tratando ,ambas,de narrativas,ainda que veiculadas por códigos de expressão distintos:Cinema (filme) Literatura (texto/livro).

Para verter o conteúdo literário para o cinema através da roteirização é preciso reduzir o volume do conteúdo sem comprometer a dimensão dramática do texto.

O filme Vidas Secas, dirigido por Nelson Pereira dos Santos, narra a história da família de retirantes que migra de um lado para outro do sertão em busca de uma vida (seca)melhor.A história é contada-narrada-fragmentada de forma muito competente.

A atmosfera do filme é densa, pesada e morbidamente ensolarada. A narrativa é linear e lenta.Essa percepção é apenas perturbada pela insistente dissonância embutida ao som experimental do filme,que sem dúvida contribui para que haja um certo desconforto auditivo nas audiências que assistem a Vidas Secas

As personagens surgem como fantasmas. Figuras quase etéreas.Semelhantes a folhas secas ou asas de inseto. Quase transparentes. Lembram as figuras da imagem retratadas por Portinari no seu quadro “Os retirantes”.

Ainda que o filme fosse colorido, a paisagem do sertão nordestino neutralizaria a cor. O romance é preto e branco. E o filme é mais preto e branco ainda. O resultado é uma superdimensionada transfiguração neo-realista do agreste cenário do nordeste brasileiro. Uma expressão de BELEZA singular,repleta de um amargo lirismo.O filme consegue explicitar as imagens do romance sem parecer uma mera reprodução ou mimetismo. Contribui para ampliar a carga dramática do conteúdo. O conjunto do filme, personagens,fotografia,ambientação e narrativa se traduzem numa profunda elegia que culmina quase em pranto,principalmente na figura da personagem Baleia e o seu destino final. Ela sensibiliza. Muda humores. Atinge o coração e se perpetua na mente. Tanto o filme quanto o romance gera questionamentos. A relação de poder das instituições seculares da qual a sociedade se utiliza para vitimar a todos,tanto quem concorda quanto quem resiste.

No fim do filme a família de Fabiano aparece quase flutuando no horizonte como uma tremula e frágil miragem. Se afastando lentamente. Distante. Perdendo os contornos numa imagem ilusória em meio ao efeito de ondas de calor que emergem do solo. As figuras mudas, absorvidas por seus devaneios, sendo engolidos por suas quimeras, dissolvendo-se e sendo devolvidos a Arida paisagem (do pó ao pó), a terra e a anulação de suas identidades (personagens) como na sua vida e até o fim... SECO.


sexta-feira, 27 de agosto de 2010

PINDORAMA CINE-EDUCAÇÃO
APRESENTA


DIA 27/08/2010 AS 19HORAS
NO AUDITORIO DO HALL DA BIBLIOTECA DO IFPA-CAMPUS BELÉM
AV. ALMIRANTE BARROSO - ENTRE MARIZ E BARROS E TIMBÓ

DIÁLOGO LITERÁRIO
COM A PROFESSORA FERNANDA TAVARES - PROFESSORA DE LÍNGUA PORTUGUESA E LITERATURA DO IFPA

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

PINDORAMA: UMA POÉTICA DO OLHAR – UM OLHAR SOBRE A HISTÓRIA

André Leite Ferreira


No dia 13 de dezembro de 1968 entrava em vigor no país o Ato Institucional Nº5 ou AI-5, que foi redigido pelo então ministro da justiça do governo ditatorial do General Costa e Silva, Luis Antonio da Gama e Silva. Este ato institucional perdurou pesadamente sobre a vida do povo brasileiro até outubro 1978, um período de medo e terror, mas também de resistência.

Foi neste contexto sombrio da história do país que o filme “Pindorama” do cineasta e jornalista Arnaldo Jabor foi produzido. Logo, todo trabalho deste período ou se enquadrava nas normas imposta pelo regime militar ou usava-se de alegorias para falar, gritar, sobretudo comunicar um estado de desespero em busca da liberdade.

Segundo o próprio Jabor: "os cineastas do cinema novo faziam filmes como se fossem revolucionários" eram, foram e o são. Já que seus filmes eram manifestos de resistência de liberdade nos trópicos americanos dominados pela loucura das ditaduras militares. Com certeza fazer um cinema crítico como faziam naquele período era bem complicado. Daí as alegorias e a poética do delírio utilizada amplamente pelos revolucionários cineastas do caos.

Ao se reportar ao início da colonização brasileira na representação do imaginário país de Pindorama, o filme se mostra atual, já que remete principalmente ao período que se segue de 1964 até 1985, porém, ainda hoje se faz importante, já que, sua leitura pode ser feita agora em pleno século XXI como uma leitura atual de nossa realidade.

A grande dança do êxtase e da loucura. Um brado desesperado. A busca por uma identidade nacional. Antes dos invasores, a terra era fértil. Agora terror e destruição. Imposição e escravidão. A terra das árvores altas ou terra das palmeiras, agora se chama Brasil, Pindorama foi saqueada e esquecida.

No filme o delírio é todo teatral, o poeta na sua interpretação onírica, denuncia a hipocrísia dos poderosos como num mar revolto, extremamente lúdico e poético. E se insurge também como um revolucionário guerrilheiro, filho do povo, vivo,  ativo,  atuante e por vezes liberto no seu próprio delírio e loucura.

Delírio, loucura e alienação, fragmentos da realidade. Alegorias poéticas da fome e do caos. Uma nação consumida. Busca incessante por novas formas. Novas políticas tropicais. As máscaras estão caindo. A história segue seu rumo. A geografia também. A busca por liberdade, mas o que fazer com a liberdade se não cultivarmos a esperança?

Pindorama, o filme, pode ser apenas uma alegoria, ficção, mas na realidade não é. É sim, a incessante busca de expandir o olhar sobre uma realidade cada vez mais exigente. A revolução começa dentro da gente. É preciso encontrar a identidade perdida no percurso da história.

Entender a história, conhecer a si mesmo, apurando a memória e organizando nosso espaço. Romper com o passado, implica conhecer o passado. Se o Brasil é o país do futuro, eu não sei, mas sei que, é preciso construir agora o país do presente, é preciso despertar o Pindorama adormecido e seguir adiante com o sonho, a poética e o delírio.
 
 

domingo, 15 de agosto de 2010

PINDORAMA CINE-EDUCAÇÃO
APRESENTA
SEXTA-FEIRA DIA 20 DE AGOSTO AS 19H.
NO AUDITORIO DO HALL DA BIBLIOTECA DO IFPA
NA AV. ALMIRANTE BARROSO - ENTRE MARIZ E BARROS E TIMBÓ


PINDORAMA

UM FILME DE ARNALDO JABOR

ENTRADA FRANCA!!!

NÃO PERCA!!!

sexta-feira, 13 de agosto de 2010


SESSÃO INAUGURAL DO PINDORAMA CINE-EDUCAÇÃO NO IFPA


A seguir as fotos da sessão inaugural do PINDORAMA CINE-EDUCAÇÃO, que aconteceu há algumas horas atrás no auditório do hall da biblioteca do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Pará, IFPA. Estavam presentes alunos do Instituto, professores e pessoas de outras instituições de ensino, além de individuos da comunidade e amigos de Icoaraci.

Vale lembrar que o PINDORAMA CINE-EDUCAÇÃO é um projeto que faz parte do Programa Institucional de Bolsas de Extensão - PIBEX e, portanto tem o apoio do IFPA, DIREI, ASCOM, DCE-RenovAÇÃO, além disso contamos com o apoio da comunidade estudantil da instituição.

A sessão de hoje contou com o filme "TERRA EM TRANSE" do Diretor Glauber Rocha, um dos maiores expoentes do Cinema Novo no Brasil. O filme de hoje abriu a nossa humilde homenagem ao Cinema Novo que foi um marco da vanguarda artística do país. A homenagem segue com o filme "PINDORAMA" de Arnaldo Jabor dia 20/08 e encerra com "VIDAS SECAS" de Nelson Pereira dos Santos, filme baseado na obra do escritor Graciliano Ramos dia 27/08.

PINDORAMA CINE-EDUCAÇÃO E O INICÍO DE UMA UTOPIA

SEXTA-FEIRA, 13 DE AGOSTO DE 2010

TERRA EM TRANSE - GLAUBER ROCHA

CINEMA NOVO

FOTORAMA



domingo, 8 de agosto de 2010

PINDORAMA CINE-EDUCAÇÃO

APRESENTA

SEXTA-FEIRA 13 DE AGOSTO AS 19 HORAS
  
NO AUDITORIO DO HALL DA BIBLIOTECA DO IFPA


PINDORAMA CINE-EDUCAÇÃO


O projeto PINDORAMA CINE-EDUCAÇÃO, foi criado pelo PINDORAMA CINE, que é um grupo de estudos sobre cinema e educação, a principio formado pelos alunos Fernando Campos e André Leite, ambos estudantes do curso de Geografia - Licenciatura do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Pará, IFPA, Campus Belém, onde o projeto será desenvolvido a priori.

Este projeto foi aprovado no Programa Institucional de Bolsas de Extensão - PIBEX, para ser desenvolvido no segundo semestre de 2010, no IFPA e conta com a orientação da professora Patrícia Guilhon e o apoio do DCE-RenovAção e do IFPA.

O PINDORAMA CINE-EDUCAÇÂO tem o objetivo de pesquisar os temas propostos a cerca de cinema e educação, e levar ao público estas pesquisas e discussões, através das sessões que serão organizadas, uma vez por semana, sempre sexta-feira as 19 horas, em locais a serem divulgados, mas a priori nas dependências do Instituto. As sessões serão abertas ao público e terão entrada franca.

sábado, 7 de agosto de 2010

TODA SEXTA-FEIRA AS 19 HORAS TEM CINEMA NO IFPA

PINDORAMA CINE-EDUCAÇÃO

EM AGOSTO "CINEMA NOVO"

DIA 13/08/2010 - TERRA EM TRANSE - DIR. GLAUBER ROCHA

DIA 20/08/2010 - PINDORAMA - DIR. ARNALDO JABOR

DIA 27/08/2010 - VIDAS SECAS - DIR. NELSON PEREIRA DOS SANTOS

OS FILMES SERÃO EXIBIDOS NO AUDITÓRIO DO HALL DA BIBLIOTECA

IFPA(CEFET): AV. ALMIRANTE BARROSO - ENTRE TIMBÓ E MARIZ E BARROS


ENTRADA FRANCA

REALIZAÇÃO: PINDORAMA CINE

APOIO: DCE - RENOVAÇÃO / IFPA

INFORMAÇÕES: 8735 - 0502 / 8291 - 4709 
E-MAIL: pindoramacine@gmail.com
TERRA EM TRANSE: UM DELÍRIO POÉTICO-POLÍTICO


André Leite Ferreira



Fanatismo ditatorial, política tropical, o povo vive da fé e da esperança. A poesia da fome, a loucura da arte, a desordem convulsa do panurgismo, uma leitura do poder na idade média e que ainda insiste até hoje com outras mascaras, mas o político continua representando a nobreza de outrora, a igreja vem em seguida mostrando o lugar do povo, é a figura do padre, o pastor cuidando das ovelhas, por fim o povo, sustentáculo de toda a farsa. Um frenesi do delírio do poder político, do senso de dominação sobre as massas de ignorantes alegres, que sempre se contentam com qualquer festa.

Uma poética armada de caos e loucura, delírio incondicional de um país a beira de um ataque de nervos. Eldorado pode ser uma ficção, mas a America Latina não. Ditaduras, torturas, desaparecidos, burguesia, luta de classes, guerrilha, uma terra que vive em transe, cheia de tensões e conflitos. Poetas e loucos se confundem, ou melhor, se fundem em uma tensão existencial levada ao extremo, o povo sempre uma incógnita que às vezes reage com a não ação, aí não se entende mais nada, já que aqui tudo parece terminar em carnaval, um retrato peculiar da cultura e da política tropical.

Na America Latina das ditaduras e do caos, impossível não fazer uma leitura política do filme “Terra em Transe”, porém este filme carregado de alegorias e delírios deixa em evidência uma estética preconizada por Glauber, esta estética, era exatamente a chamada “estética da fome”, que mostrava então o retrato do subdesenvolvimento latino americano, além disso, o cinema novo buscava criar novos olhares e formas de se fazer cinema, que se diferenciassem do cinema industrial-comercial.

O filme “Terra em Transe” mostra o conflito existencial e político do Poeta-jornalista Paulo Martins, que ora se encontra ligado ao político conservador Porfírio Diaz, porém depois que este se torna senador, o poeta se afasta e vai para a província de Alecrim, onde conhece Sara e juntos passam a apoiar o populista Felipe Vieira. O poeta então passa a vivenciar um conflito existencial e acaba retornando a Capital. O povo é retratado como uma “Maria vai com as outras”, e nesta loucura e delírio, tudo acaba em carnaval, em uma grande orgia, onde por fim morre o poeta e seu idealismo e ascende à ditadura e a megalomania ao poder, submetendo a todos o seu terror.

Este filme produzido em 1967 pode ser visto e lido como um retrato da miséria não só do Brasil, mas da America Latina subdesenvolvida de ontem e de hoje, já que a nossa história é uma história de saques, invasões e todo tipo de arbitrariedades, causadas pela imposição primeiro dos colonizadores, e em seguida por seus generais, burgueses e imperialistas que sempre nos submeteram a suas dominações, a ferro e fogo, ou seja, as ditaduras por aqui nunca acabaram antes eram as fardas, agora são ditaduras civis, disfarçadas, como dizia o próprio Glauber “É preciso arrancar as mascaras”, e ir além.


O CINEMA COMO UTOPIA, CULTURA E EDUCAÇÃO



André Leite Ferreira



O cinema como uma espécie de transgressão positivamente criadora na cultura, na educação para a vida. Transformação, conscientização, entendimento de si e do mundo, a fabulosa ampliação do horizonte e das perspectivas.

Não é a “arte pela arte”, mas uma arte que seja primordialmente viva, por isso, transgride os padrões esteticamente estabelecidos, pois busca educar para a vida, através de uma educação do olhar e do ouvir as sutilezas do mundo, de nós, o áudio-visual faz parte da gente.

PINDORAMA nasce como uma utopia-lenda dos homens que já estavam aqui antes de nós. Reerguemos as palmeiras desta terra na utópica tentativa da (re) criação da terra das árvores altas, a Terra das Palmeiras, o Brasil antes do Brasil e dos portugueses, a terra dos antepassados, que deve viver em nós.

PINDORAMA é um manifesto pela liberdade de viver, aprender, ensinar, trocar, amar. É uma conclamação a todos e todas que ainda se comovem com a arte de viver. É a arte de viver não só para as novas, mas para todas as gerações.
O CINEMA NOVO: UMA ESTÉTICA TROPICAL


Fernando Campos



O cinema novo surge como um movimento de vanguarda objetivando estabelecer um novo modelo de cinema brasileiro, rompendo com o repetitivo formato dos caros esquemas de produção do estúdio Vera Cruz e contrapor o conteúdo alienado das chanchadas. Alem disso, através da influencia do neo-realismo italiano, tão defendido por Alex Viany, deveria ser voltado ao momento histórico, visualizando a realidade fragmentaria do subdesenvolvimento econômico e exibir a heterogênea diversidade cultural do Brasil.

O inicio desse movimento se deu nos dois congressos (I Congresso Paulista de Cinema Brasileiro e I Congresso Nacional de Cinema Brasileiro) sobre cinema brasileiro, onde foram discutidas novas idéias Para orientar a produção de filmes nacionais. Os entusiasmados cineastas almejavam uma produção de cinema mais barato e o mais autoral possível. Isso se justificava por outra importante influencia a Nouvelle Vague – uma vertente de cinema novo francesa. Vertente, porque, o movimento de cinema novo ocorria em varias partes do mundo – francesa, da qual faziam ecoar em uníssono o lema: “Uma câmera na mão e uma idéia na cabeça”.

Essas idéias se cristalizaram pela experimentação e o improviso numa nova estética cinematográfica genuinamente brasileira (sem desmerecer, Mário Peixoto e o seu “LIMITE” de 1929, que subverte as regras do cinema convencional em favor de um arrojado experimentalismo), reconhecida no mundo todo. A ousadia e o idealismo desses verdadeiros pensadores do cinema foram traduzidos em diversos filmes que faziam emergir um Brasil de paisagens multiformes, variadas linguagens, figuras típicas. Folcloresco e mitológico. Ao mesmo tempo, vibrante, colorido e repleto de sabores. De futuro promissor traduzido numa esperança religiosa. Em constante desequilíbrio. Desfigurado, por um contraste paradoxal do corpo formador de sua sociedade, que concentra toda a atenção na polarizada cultura burguesa do sudeste.

Os principais representantes do Cinema Novo foram: Nelson Pereira dos Santos, Arnaldo Jabor, Leon Hirszman, Roberto Santos, Rogério Sganzerla e Glauber Rocha. Sendo, Glauber, talvez o mais representativo expoente. Visionário pela inquietude, frenética disposição em lutar, a virulência de sua reflexão e discurso, aliado ao vasto material intelectual gerado sobre o movimento e sobre a realidade do seu tempo.

No período de 1969 a 1974 o Cinema Novo começava a perder força, centenas de filmes produzidos permanecem como documento de um cinema (NOVO) que conseguiu instituir uma expressão de Brasil, expondo os pedaços de sua realidade dilacerada, para nos fazer constatar o processo de ruína que nossa sociedade parece aceitar com uma medíocre  condescendência.