quarta-feira, 9 de março de 2011

O Mal Estar de uma Geração
Fernando Campos

O mundo parece que foi submetido a uma explosão de uma bomba atômica. Contudo, não uma bomba qualquer. Uma bomba com o poder de destruição inimaginável. De efeito paralisante e esterilizador. Uma bomba LOBOTÔMICA. Que obliterou a consciência e congelou o sangue de todos.
A sociedade tornou-se uma deformação do conceito original. As pessoas parecem mover-se como massas zumbiformes de seus apartamentos para seus carros e para seus trabalhos, num ciclo de viciosa demência. Todos mantidos por conservantes em seus alimentos e sob a atmosfera artificial de ar condicionado, o que os faz parecerem pedaços de carne em câmaras frigoríficas. Isso não parece um pesadelo? Mas você nunca teve a leve impressão de que qualquer pesadelo durante o sono é melhor do que o horroroso espetáculo que o mundo se tornou?
Após um período de intensa atividade social como os movimentos e as revoluções culturais ocorrida no século XX, encabeçadas pelos grandes intelectuais da época que se dedicavam a questionar, contestar e reivindicar o direito pela autonomia de nossas existências para estabelecer um modelo de sociedade livre e um mundo que pudesse ser a representação dessa ideia. É natural que as gerações seguintes, ou pelo menos uma pequena parcela (consciente) delas, tenha se identificado com a postura crítica e a ação direta promovida por aqueles intelectuais e estudantes, pensadores e artistas e todos os interessados em se integrar em torno daquele ideal e que mantiveram-se fiéis a ele. Apesar de toda a violenta repressão impingida contra seus corpos e mentes. É fato que muitos tomaram aquelas posturas como exemplo e que tenham assumido uma posição de resistência diante desse novo desafio nesse novo momento histórico.
Entretanto por julgarmos genuína a revolta contra todo esse sistema de favorecimento de uma minoria em detrimento da exploração de uma maioria é que não conseguimos compreender como um número considerável de intelectuais, pensadores e outros envolvidos naquele processo revolucionário se dobrou ou mudaram suas atitudes, opiniões e ideais. E que como conseguem permanecer “VIVOS” e passivos diante do resultado disforme que se tornou
o mundo. E sobretudo, porque se assustam com as nossas ações (reações) se elas são inspiradas nas suas.
No filme Os Educadores do Diretor alemão Hans Weingartner, os protagonistas reconhecem sua inexorável condição de agentes políticos que por sua vez, os conduz a percepção de outro fator imprescindível para se obter êxito na tentativa de mudar o mundo: A UNIÃO. A partir disso começam a realizar pequenas ações não-violentas contra aqueles que consideram ser símbolos dessa sociedade desigual submetida a uma anedotesca democracia: os ricos.
Obviamente como se trata de um filme, uma série de eventos se cruzam modificando a trajetória dos planos dos personagens. Contudo, o mote do filme demonstra que ainda há indivíduos no mundo em que no peito um coração bate e o sangue corre nas veias fluídico e VIVO dando possibilidade desses indivíduos de escolherem a EXISTÊNCIA verdadeira que nos obriga a nos envolver e lutar, pois, o sonho de revolução procura alcançar a utopia do estabelecimento de um sistema político livre para que todos governem sob O PODER DA IMAGINAÇÃO.

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