A ORIGEM É O FIM
Karlo Rômulo
O Cinema como registro e ação progressiva. O ATELIER CULTURAL CORREDOR POLONÊS, já usava a caixa cinematográfica, mesmo antes do advento da imagem digital: nós já usávamos imagens em VHS como registros de processo de trabalho, em seguida as editávamos dentro de um processo mais objetivo visando o desenvolvimento da obra em sua forma concreta, e finalizava este processo com uma intervenção artístico-teatral em vários pontos da cidade chamada O BONDE ANDANDO. A necessidade de revisar os volumes de imagem, obedecendo a uma linha histórica de produção, desperta o aspecto subjetivo da imagem em movimento. Nuances sutis se revelam e (re) significam o olhar dos atores-produtores. Aquilo que a principio era apenas registro torna-se agora possibilidade artística, desvelando, e transformando o próprio processo. O caráter objetivo e especifico da linguagem cinematográfica, planos e cortes, se apresenta também como possibilidade artística, e, o “delírio” e a “loucura” encontram sua ficção atrelada a realidade, possibilitando ate mesmo uma contra analise da sociedade, concordância ou discordância com ideologias existentes. O não visível através do visível. Por outro lado, com a cultura do áudio visual se desenvolvendo ininterruptamente encontramos nesta proposta um importante aliado para a educação da imagem. Desta aproximação imagem, som e palavras dentro de uma só linguagem, aliada ao aspecto ideológico presente no cinema, reforça o objetivo educacional do objeto O BONDE ANDANDO enquanto performance e alegoria urbana coletiva. O filme a origem é o fim é uma experiência de arte-transformação em diálogo constante com o cotidiano da vida urbana e o ambiente. É o dia a dia de um atelier de arte, descoisificando, e resignificando o uso de objetos comuns em nossa vida. A linguagem cinematográfica oferece a estrutura móvel desta arquitetura construída com a participação de vários artistas privilegiando a diversidade cultural, levando consigo oficinas de arte e cidadania. O filme A ORIGEM É O FIM é o reflexo da vivência subjetiva do processo de produção do ATELIER CULTURAL CORREDOR POLONÊS. É o registro de uma longa etapa de encontros e atividades artísticas entre varias linguagens que culmina com a produção do filme como impressão da própria realidade. Este processo nasce do jogo, da brincadeira entre os artistas-atores envolvidos e vai criando volume nas experiências vividas dando origem ao filme do cotidiano.
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